O Ho’oponopono, uma prática comum entre os povos nativos havaianos, era utilizado para resolver problemas de relacionamentos entre as pessoas de uma mesma tribo.
Apesar de não conseguirmos identificar quando ele começou a ser praticado, a forma como isso acontecia era muito diferente dos dias de hoje.
Seu processo dependia da atuação de um xamã, um kahuna com o conhecimento do mundo espiritual que pudesse “intermediar” o processo, que acontecia através da participação de todas as pessoas envolvidas.
Em 1976, Morrnah começou a modificar o processo tradicional do Ho’oponopono para adequá-lo para a realidade do mundo moderno.
Sua versão de hoʻoponopono foi influenciada por sua educação cristã (protestante e católica) e seus estudos filosóficos sobre a Índia, China e Edgar Cayce.
A combinação das tradições havaianas, a oração ao Divino Criador e a conexão dos problemas com a reencarnação e o Karma resultaram em um processo único de solução de problemas que poderia ser realizado individualmente e não mais como o processo original, em grupos e conduzida pelo kahuan responsável.
Mas quem foi Morrnah Simeona?
Morrnah nasceu em 19 de maio de 1913, em Honolulu, Havaí, filha de Kimokeo e Lilia Simeona, ambas nativos havaianos. Sua mãe, Lilia, foi uma das últimas reconhecidas kahuna la'au kahea ou sacerdote que cura com palavras.
Morrnah era praticante de massagem lomi lomi e por 10 anos possuiu e operou em spas de saúde nos hotéis Kahala Hilton e Royal Hawaiian. Entre seus clientes de massagem no spa Hilton estavam Lyndon B. Johnson, Jackie Kennedy e Arnold Palmer.
Apesar de criticada por alguns puristas havaianos, Mornnah decidiu apresentar o seu Ho'oponopono, que chamou de Ho'oponopono da Identidade Própria para o mundo.
Ela passou a realizar treinamentos e palestras sobre Hoʻoponopono para as Nações Unidas, em quase uma dúzia de estados nos EUA e em mais de 14 países, entre eles Alemanha, Holanda, Suíça, França, Rússia e Japão.
Ela se apresentou para escolas de ensino superior, como a Universidade do Havaí e a Universidade Johns Hopkins, para instalações médicas, instituições religiosas e organizações empresariais.
Em 1982, ela organizou o Primeiro Simpósio Mundial de Identidade do Homem.
Um repórter observou: "Havia algo de muito calmante e reconfortante na presença de Simeona e em sua voz, uma sensação de serenidade sobre ela, enquanto ela fala sobre ensinar as pessoas a aliviar o estresse e alcançar a paz de espírito."
Para difundir seu processo Ho'oponopono, ela fundou a Pacifica Seminars na década de 1970 e em 1980 A Fundação da "I", Inc. (Liberdade do Cosmos).
Em 1990, ela começou a Pacifica Seminars na Alemanha. Simeona escreveu três livros didáticos Self-Identity através de Hoʻoponopono, Basic 1, Basic 2 (para usar depois de dois anos de prática) e Basic 3 (para usar depois de cinco anos).
No final do outono de 1990, sua última jornada de palestras e seminários a levou pela Europa até Jerusalém. Em 16 de janeiro de 1991, ela voltou para a Alemanha, onde morou em silêncio na casa de um amigo em Kirchheim, perto de Munique, até sua morte em 11 de fevereiro de 1992.
Podemos afirmar que conhecemos o Ho'oponopono apenas devido à coragem e inspiração dessa mulher, pois ele era, assim como outros conhecimentos ancestrais havaianos, considerado um de seus segredos.
Para apresentá-la e homenageá-la, criei a carta Morrnah Simeona para o meu oráculo Ho'oponopono (ilustração de Marie Amorim).
Mahalo, Morrnah!
Aloha!